sábado, 23 de março de 2013

O escasso cafuné

Não sabia ao certo quão era o tamanho do  prejuízo que tua ausência provocou em mim. Não lembrar do teu sorriso, da tua voz (que descobri esses dias lá pelo Rio que era rouca), do teu cuidado comigo anda me desgastando ainda  mais a vida.
Há 11 anos eu te perdi e só agora me dei conta do dano que isso tudo me causou. Abriu-se um buraco negro no centro de mim. E, retardatariamente, (eu sei) arrebataram-me um turbilhões de questionamentos em relação ao Agora, ao Hoje. Sorrateiramente me ocorre que, se você ainda estivesse aqui, talvez eu fosse diferente. Uma pessoa mais 'obsequiosa', talvez! As pessoas comentam sobre eu não ter herdado qualidade nenhuma. Só defeitos. Isso tem me maculado consideravelmente. (E me embrutecido ainda mais!)
Hoje  molho este papel numa tentativa de auto entendimento. Mas com a consciência de que será mais uma frustração para minha coleção. (Afinal, alívios momentâneos, são frustrações maiores ainda.)
P.S.: Tão nova! E já consegue enxergar que  analista nenhum é capaz de ocupar ou esvaziar esse vazio que jaz ali...