segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

É interessante. Eu tenho a sensação de que  as pessoas perdem as palavras perto de mim, até gente que fala pelos cotovelos, quando chega perto de mim, se cala. Eu juro que isso é fora do meu controle, as vezes eu conheço umas pessoas  e super entusiasmada imagino mil assuntos pra desenvolver, mas quando chega na hora H, dá um branco em mim e na outras pessoas. São pouquíssimas as pessoas com quem consigo conversar continuamente e confortavelmente.
Pra mim, conversar...espera aí! Quando digo Conversar, me refiro à uma conversa olho no olho, cara-a-cara, sabe? Continuando. Pra mim,  conversar é uma arte. Mas, dentre as modalidades da conversa, em uma, eu me destaco. A conversa virtual é o meio mais fácil que eu uso, não é propriamente por ser virtual e sim por que é escrito. Eu tenho uma queda pelas palavras escritas, eu adoro escrever, é onde me encontro... no meio das palavras.    
Mas isso tudo está  ligado diretamente com minha criação. Quando pequena, e na maioria das vezes até hoje, fui acostumada a acatar decisões de meus pais e irmãos mais velhos. Sem sequer ter o direito de protestar, tinha que ser daquele jeito e pronto, afinal, “Eu não sou dona nem do meu nariz!” Tudo por aqui, sempre foi feito sem relevar a minha opinião, se é que eu tenho. Diante de tudo isso, acostumei-me ficar sempre calada e quieta, consequentemente, não aprendi a formar opinião e tampouco me expressar.
Como já disse aqui, eu gosto de estudar psiquiatria e comportamento e foi assim que consegui e entender tudo isso. Não só consegui entender, como também estou combatendo com auto-tratamento que me receitei, hahaha. Eu sou totalmente psicótica! E o mais interessante: eu sou psicótica e, ao mesmo tempo, psiquiatra.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Surto Poético (e patético)


Esses dias eu andava meio assustada. Estava encabulada porque havia algumas semanas que eu não escrevia nada – quando digo ESCREVER, me refiro a poesia. Não tinha disposição, não vinha sequer um versinho.  Tudo culpa do professor Lázaro(de literatura). Antes eu fazia poesia porque entendia do assunto e tirava a maior onda. Quando, em certa aula, ele disse bem assim: “ Quando você for escrever, prezadinho, escreva com o coração. Porque a partir do momento que você SENTIR, não existem barreiras que te impeçam de chegar a perfeição...seja em matéria de poesia, de redação, dissertação...SINTA!”
Foi a partir daí que decidi que nunca mais escreveria sem sentir, nunca mais esnobaria ninguém com a minha, até então sapiência, em matéria de poesia. Não sei se fiz certo. Depois daí, aprendi a escrever sentimentos, meus sentimentos (e os dos outros também, tenho essa péssima mania de tomar dores). Só escrevia o que sentia e nada mais. A principio, estava tudo lindo, eu me sentia leve feito pena que é levada pela brisa.
Em um belo dia (mentira! Se o dia fosse belo eu não tinha gastado tempo com isso),  resolvi fazer comparações. Quase surtei ao ver que a qualidade do que eu escrevia entrava em declínio, segundo meu conceitos (sou muito crítica em relação a poesia). Eu não conseguia a admitir que escrevia aquilo, aquela....escoria de poesia. Até que certa vez, um amigo leu um papel avulso (depois que comecei a escrever “com sentimentos”, virei uma poetisa compulsiva, não podia ver um pedaço de papel que já inventava um verso)  que estava no meio das minhas coisas e ficou lisergiado com aquele poema. “é sério? Você escreve poesia? Haha, eu pensei que só soubesse de fórmulas de concentração química!” 
Graças a ele, eu fui tentando olhar tudo com outros olhos. Com olhares mais mornos e abstratos. Minha atenção, agora, é no sentimento de quem escreveu e não na métrica mal feita.
Cecília, Manuel ... olhem o que fizeram comigo. Quase me tornei uma maníaca criticadora de poesia. Eu leio Cecília Meirelles e Manuel Bandeira  desde os sete anos. São minha mãe e pai adotivos. Eu adotei.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Louvável fé


Eu não sou do tipo que acredita em superstições e em coisas que não posso ver concretas. (Acreditar em Deus é um grande desafio a ser alcançado.) Mas tem coisas que acontecem comigo, que põe toda essa descrença em xeque.
Digo isso porque quando estou muito frustrada acabo apelando pra Deus. “Deus, por favor, me dê um sinal.” E, se é que ele realmente existe, ele acaba dando pista do que está preste a acontecer. Mas vem minha consciência totalmente incrédula e diz que isso é por acaso. Em nenhum assunto na minha vida eu tenho tanta dificuldade  pra lidar do que esse. Eu me sinto sem direção.
Gosto de estudar psicologia e psiquiatria. Já até elaborei algumas teorias. Dentre essas, a de que o tão clamado “Deus” não passa da consciência das pessoas. É tipo assim, me responda, em quais momentos as pessoas mais recorrem á Deus? Em momentos de dificuldade\desespero, naquelas horas em que não há mais nada nem ninguém que possa ajudar com certo problema (o que é impossível, pois sempre há um jeito), não é? (É exatamente o que acontece comigo). Só que aí está o problema. Muitas vezes as pessoas se deixam consumir tanto por certo empecilho que acabam achando que não há saída nenhuma e entram em estado de transe. É quando necessitam de um apoio abstrato, logo, apelam para a consciência, ou melhor, Deus.
As pessoas já nascem com esse extinto sodalício, nascem sentindo que é impossível viver só. Os seres humanos já vem com a (in)consciência de que precisam uns dos outros para sobreviver. E a partir do momento em que ele se frustra com esse tal problema, acaba achando que mais ninguém pode o ajudar de forma alguma, logo, apela pra Deus\consciência.
Só que...como pode tudo ser assim? Tão facilmente explicável. Chega até ser sem graça viver sem mistério, né? Daí eu acho chato e resolvo acreditar e pedir desculpas á Deus por toda essa petulância. E também, quando leio o que escrevo, fico pensando “Nossa! Como eu sou inteligente e não é porque puxei aos meus pais. Ai, ai. Obrigada, Deus.”
Ah! E sem falar do medo doido que eu tenho de ir pro inferno. Odeio quentura em excesso.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Adorável tia

Eu, realmente, não estava preparada para me despedir dela. Minha tia Zélia, é uma pessoa
muito especial pra mim. Apesar de tê-la conhecido um dia desses, ela é uma das pessoas à quem mais tenho apreço. Se passo por uma dificuldade, alguma dúvida ou qualquer empecilho, sempre penso nela. É como se ela fosse um tipo de guru, sabe?
Ela é muito diferente das minhas outras tias. Acho que é porque ela cresceu (no sentido mais abstrato da palavra) distante das demais. Quando muito jovem, ela teve que sair  de casa por conta dos abusos do 2º marido da minha vó  (mãe dela). Segundo ela, ele era extremamente arrogante e ignorante. Eu acredito nisso porque já ouvi várias histórias sobre ele e nenhuma delas foi boa. Ela já morou em vários lugares do Brasil, dentre esses, Salvador, Rio de janeiro e agora mora em São Paulo. O que me causa uma grande dor. São Paulo é tão longe daqui, o que torna tudo tão mais difícil.
O carinho que sinto por ela, eu sinto por poucas pessoas. É um sentimento materno de confiança, de precisar só daquele abraço, só daquele sorriso, enfim, só de estar perto, já uma grande alegria pra mim.
Eu conheci tia Zélia quando tinha 13 anos, na época eu era mais retraída, não gostava de falar, nem sorrir muito (não que agora eu goste, mas é que aprendi a ser atriz), então acabei dando pouca importância pra presença dela aqui.
Da outra vez que ela veio, aí sim! Foi quando a coisa foi fluindo, do nada. Ela precisou aparecer por aqui por que minha avó sofreu um acidente doméstico e fraturou o fêmur em dois lugares e todo mundo achou que ela não ia resistir e então minha tia achou melhor vim e ajudar. Durante essa (pequena) temporada nós pudemos nos conhecer melhor. Eu  fui perceber que achava ela legal numa certa noite em que nós ficamos até tarde no computador olhando uns slides e fotos de viagens dela e... adivinha! Assim como com as melhores pessoas que já conheci na vida, o nosso elo foi selado por conta da arte e do bom gosto intelectual. Ela teve que voltar pra casa e eu comecei a sentir uma saudade dela, uma necessidade de conversar com ela e dos conselhos e compreensão...eu me apaixonei por ela (entendam bem o sentido puro e doce do termo).
Meu irmão anunciou o casamento dele com a Lorena. E, é claro, tia Zélia foi convidada, e, é claro, confirmou presença. Desde então, meu coração não se agüentava de tanta ansiedade. Eu conversava com ela pela internet, novamente, pedindo ajuda moral e tudo mais. Ela me dava uma palavra de força e dizia: “Fique calma! Quando eu chegar aí, conversaremos.”  Ela veio. Acompanhada. E não foi nada do que pensei.
Tinha planejado levar ela pra conhecer uns amigos, o Eliakin, a Euterpe e outros cantores daqui . Tudo por água a baixo. Como ela veio acompanhada com uma amiga (alienada por índios )que queria se enfiar em tudo quanto é buraco que tivesse mato e índio, logo, elas, consequentemente,  acabaram tomando um rumo diferente.  Houveram dias em que eu nem conseguia ver  tia Zélia por conta desses passeios. Enquanto elas e minha mãe passeavam, lá estava eu, na loja, trabalhando e emburrada, chateada e deprimida. Mas ainda sim eu gostei de sentir que minha tia estava por perto.
Mas, o mais difícil de tudo foi me despedir dela.  Hahahaha, eu prometi pra mim mesma que não haveriam lágrimas, nem melancolia...claramente expressada. “Adeus, tia.” O travesseiro me consolou a noite inteira...e fez questão de me lembrar de cada momento com ela. O resultado: acordei no dia seguinte com uma dor de cabeça insuportável e olheiras assustadoras. Mau-humor? Nem se fala!
  E o pior, estava por vim. Depois que ela partiu, eu tive uma sensação de que a cidade estava  vazia, que nada nesse lugar me esperava, não havia mais motivos pra ansiedade...ainda hoje tenho esses lapsos quando lembro dela. 
Ah! Uma coisa que me deixou extremamente intrigada foi que no penúltimo dia dela aqui, ela passou mal, repentinamente. Todos me falaram que foi uma queda de pressão ou algo que ela comeu e não fez bem. Mas, eu já a conhecia o suficiente pra saber que alguma coisa  havia chateado ela. Logo descobri, minha mãe me contou depois de muita insistência minha. Não sei se gostei de saber do que soube, pois me preocupei muito (ainda me preocupo). Odeio macumbeiro( que acha que sabe do futuro de alguém).